segunda-feira, 4 de junho de 2012


MADEIRA – O VINHO FLUTUANTE



O vinho madeira é provavelmente, ao lado o do vinho do porto, o maior patrimônio vinícola  de Portugal.
Este vinho, muito apreciado em todo mundo, e infelizmente não muito consumido no Brasil, faz parte da história do mundo. Há citações do vinho madeira na literatura, como na peça Henrique IV obra de Shakespeare, quando o personagem Falstaff é acusado de vender sua alma, em troca de um cálice de vinho madeira:
Henrique IV – Parte I – Cena II
que acordo fizeste tu com o diabo, que lhe vendeste a alma na passada Sexta-Feira Santa por um cálice de madeira e uma coxa fria de capão?”
Outra passagem memorável do vinho madeira na história, foi a sua escolha como o vinho de celebração dos patriarcas da independência dos Estado Unidos da América. Em 1776, no dia 4 de julho, o madeira foi escolhido, talvez por influência de Thomas Jefferson, um assumindo admirador deste vinho, para brindarem a independência daquele país.
Mas de onde vem o vinho madeira, como ele é feito? Quais as suas peculiaridades?
A história do vinho madeira é quase que uma obra do acaso. Como o nome diz, o vinho é proveniente do arquipélago da Madeira, situado a oeste da costa africana, pertencente a Portugal.
A ilha da madeira fazia parte da rota marítima do Atlântico, para abastecer  o novo mundo e a Índia. Assim, os vinhos eram embarcados nos porões dos navios e distribuídos aos parceiros comerciais.
Os vinhos eram fortificados com até 20% de álcool, como forma de preservá-lo até seu destino final. Ocorre, que as condições climáticas a bordo dos navios eram as piores possíveis, notadamente a elevada temperatura dos seus porões.
Com o tempo, notou-se que os vinhos chegavam aos destinos com qualidade superior a de quando eram embarcados. Era o calor dos porões, que quase ao “cozinhar” os vinhos, acelerava o processo de maturação e desenvolvia aromas e sabores mais complexos. Em resumo, o vinho melhorava e muito!
A partir de então o vinho passou a ser disputado, e quanto mais tempo no mar, mais refinado era o produto. Como lançar vinhos ao mar, apenas para amadurecê-los, não era uma ideia muito vantajosa (tempo perdido, naufrágios, pirataria etc) buscou-se imitar, artificialmente,  as condições dos navios.
Várias experiências foram feitas, levando-se o vinho à estufas de até 50º. Nos dias de hoje o vinho madeira utiliza-se de estufas de aço inox, controlando-se com mais facilidade a sua temperatura.
O vinho madeira pode ser ser encontrado nas seguintes categorias:  Corrente, Madeira sem adjectivação, Reserva, Old ou 5 anos, Reserva Velha, Very Old ou 10 anos, 15 anos, 20 anos, 30 anos e 40 anos, podendo ira além (100 anos) com indicação da data de colheita.
Um bom vinho madeira não é um vinho barato, embora haja boas opções em conta, mas nem por isso deixe de experimentá-lo, pois com certeza irá desvendar novos sabores e aromas, que foram “descobertos” por acaso, nos porões dos navios.
Gusta_Vinho

terça-feira, 24 de abril de 2012

O Madeira conheceu períodos de grande projecção internacional interpolados de situações de crise. Os períodos de crise mais sérios foram provocados pelo aparecimento de doenças que dizimaram os vinhedos (oídio em 1852, e a filoxera em 1872), bem como falta de qualidade (aparecimento da "estufa" e dos híbridos produtores directos).Há várias histórias curiosas sobre o vinho da Madeira em referências literárias desde o século XV, que ajudam a reforçar a aura de vinho especial em Inglaterra. Um caso conhecido é o da obra Henrique IV deWilliam Shakespeare, na qual Falstaff foi acusado de trocar a sua alma por uma perna de frango e um cálice de vinho da Madeira. Outro caso dá-se em 1478 e é o da condenação à morte de George de York, Duque de Clarence, irmão de Eduardo IV de Inglaterra, que escolheu alegadamente ser afogado dentro de um tonel de vinho Malvasia (nunca se soube qual foi o método de execução)

O Madeira conheceu períodos de grande projecção internacional interpolados de situações de crise. Os períodos de crise mais sérios foram provocados pelo aparecimento de doenças que dizimaram os vinhedos (oídio em 1852, e a filoxera em 1872), bem como falta de qualidade (aparecimento da "estufa" e dos híbridos produtores directos). Hoje, com as técnicas modernas de vitivinicultura, transporte, divulgação e comercialização, recuperou a credibilidade e a aceitação no mercado internacional..

Vinho Madeira é, na sua essência, história, património cultural, experiência, saberes e arte, representante de várias gerações.
Cores ricas e impressionantes que vão do âmbar ao dourado, aromas envolventes que se revelam num bouquet rico e harmonioso: caramelo, caril, frutos secos, figos passados, canela.

  Vinho Madeira é um vinho licoroso, que tem uma graduação alcoólica entre 17º e 22º e pode ser obtido a partir de castas tão tradicionais como o Sercial, Verdelho, Boal, Malvasia e Tinta Negra, ou pelo loteamento das mesmas.
 

     Vinho Madeira consoante o seu grau de doçura pode ser classificado como Seco, Meio-Seco, Meio-Doce e Doce, sendo que no caso das castas Sercial será sempre um Vinho Madeira Seco, no Verdelho um Vinho Madeira Meio-Seco, no Boal um Vinho Madeira Meio-Doce e na Malvasia um Vinho Madeira Doce. Relativamente aos Vinhos Madeira, obtidos por loteamento de diferentes castas, os mesmos poderão ser produzidos nos diferentes graus de doçura.

quarta-feira, 18 de abril de 2012












        Estreito de Câmara de Lobos
       Local de grande produção de uva, várias castas, entre elas: a negra mol, o verdelho, o bual, destinadas a elaboração do tão afamado Vinho Madeira
                   
       

domingo, 8 de abril de 2012



          Os borracheiros



Os "borracheiros" iam em fila indiana percorrendo longas distâncias, às vezes 20 quilómetros, para entregar os seus "borrachos" contendo vinho ou o mosto. Hoje em dia,o "borracheiro" limita-se a aparecer nas festas populares ou recriando momentos de história da Madeira